TopDecks 123 – Bruxo Cubo + Entrevista com Andafern

Após o último balanceamento de cards que Hearthstone recebeu, um deck que já foi o grande terror do modo ranqueado tem sua força restaurada e volta ao meta pra ficar!

Para ajudar a gente nessa missão de explorar todo poder do Bruxo Cubo, convidamos a Maria Fernanda, conhecida pela comunidade como Andafern!

Carioca radicada em São Paulo, 29 anos, professora e pesquisadora, sofre bullying frequente por ser Aliança, e pela classe favorita ser Sacerdote. Chegou ao Hearthstone em 2015, vinda de World of Warcraft, mas foi só em 2017 que descobriu o cenário competitivo e começou a se interessar em realmente entender o jogo.

Desde então ela participa de ligas universitárias, campeonatos online e mantém o ranque lenda. Recentemente ela também começou a se aventurar pelos caminhos da narração e diz que está gostando muito e que em breve, poderemos ver live streams dela!

O que você está achando do Ringue do Rastakhan?

O tema da expansão foi muito bacana – Trolls têm uma lore muito rica! – e a questão dos Loas traz uma identidade de classe que não víamos desde Cavaleiros do Trono de Gelo. Alguns cards pareciam ter um nível de poder altíssimo na época das revelações, mas acabaram não tendo tanto espaço no meta que se seguiu: tanto em ranqueado, quanto em competitivo, a expressão da nova expansão girou em torno de 10%.

E sobre os nerfs?

O último balanceamento foi uma surpresa! Primeiro, por ter sido completamente de última hora. Além disso, afetou diversas classes e conseguiu acabar com alguns dos melhores decks anti-controle: Xamã Calafrarte e Ladino Ruína dos Reis. Certamente uma resposta às críticas quanto à polarização do meta. Ainda há decks viáveis com esses cards, mas que seguem estratégias de jogo completamente diferentes das que estávamos acostumados. 

O Paladino ímpar perdeu seu feitiço mais importante, mas continua bem forte e um dos decks mais baratos.

O nerf do Druida, pra mim, foi o mais impactante. Foram alterados dois cards do conjunto básico/clássico, que sempre estiveram presentes em pelo menos 80% dos decks da classe. Pela primeira vez temos Druida como pior classe, ou, pelo menos, menos jogada. Não creio que isso a tenha matado ou acabado com sua característica natural de ramp, mas ajudou sim a deixar o jogo mais balanceado e a repensarmos a auto-inclusão desse conjunto nos decks – e ajudar a criar novos arquétipos, também.

Mesmo com o nerf sofrido, o Bruxo Cubo voltou ao meta. Por quê?

O nerf mais pesado pelo qual o Bruxo Cubo passou foi o aumento do custo de mana do [Lacaio Possuído], há um ano, que atrapalhou a curva perfeita e atrasou o plano de jogo. A redução na cura do [Pacto Sombrio] reduziu a sobrevida contra decks agressivos. Nessa época, ele também era bastante counterado pelo Druida Hadronox e Ladino Missão. Agora que os decks anti-controle deram um tempo e decks mais agressivos apareceram, como o Paladino Ímpar e o Caçador de Feras/Meio-Alcance, acho uma ótima opção pra quem quer jogar pra valer na ranqueada. O deck tem uma base de sinergias bem versáteis e permite que você adapte três a quatro espaço com cards técnicos, dependendo do que vem enfrentando. 

Que dicas você tem pra quem quer começar a usar o deck?

A versatilidade do Bruxo Cubo permite que se tenha vários planos de jogo e condições de vitória. Isso tem de ser observado a cada oponente, desde o mulligan. Existem cards para pressão inicial, como os [Gigante da Montanha] (você deve procurá-los em partidas contra Sacerdotes, Druidas e Paladino – se souber que é um OTK).

A arma lendária permite seus combos mais fatais, junto com o [Cubo Carnívoro], [Pacto Sombrio], [Manipulador sem-rosto] e [Cantaspírito Umbra]. Caçador Último Suspiro é um deck com pouca remoção em área e com alguns turnos um pouco mortos, perfeitos pra definir sua condição de vitória. Uma parede de [Senhor do Caos] é praticamente impossível de atravessar.

Entretanto, se a partida é daquelas que vai ter pressão desde o começo, o melhor a se buscar são suas remoções e cards de sobrevivência no começo de jogo. Lacaios com Provocar de baixo custo, [Agoureiro], [Profanar], [Fogo do Inferno]. Hoje, [Zilliax] também é uma ótima opção. Atente-se para tirar o máximo valor possível de sua [Ametista Mágica Inferior]: a ordem na compra de cards pode te garantir uns pontinhos a mais de cura.

De resto, seu Cavaleiro da Morte é um dos melhores a sobreviver a fadiga, atrás só da Jaina. Se a partida parece seguir esse rumo – contra um Guerreiro Controle, por exemplo – você pode relaxar um pouco na compra de cards e esperar tirar valor do poder heroico do [Gul’dan, o Furtassangue]. Em partidas de maior atrito, em que o desgaste de valor acaba sendo crucial, o [Manipulador Sem-rosto] é uma das saídas do Bruxo Cubo. Às vezes é melhor criar vários [Filhote de Escornante] do que reproduzir seus [Demonarca]!

A situação é parecida contra o Sacerdote Controle de Dragões. O DK é sua carta mais importante, pois sozinha te protege do dano barato que o Sacerdote tenta conectar a cada turno. Como a compra de cards dele é bem agressiva, a corrida na fatiga é totalmente sua. Segure o campo e guarde cura pós-[Alexstrasza]!

As piores partidas são as focadas em OTK: Paladino OTK, Sacerdote de Clones ou Sacerdote APM e decks de [Meca’thun] em geral. Nelas você sabe que pode focar na sua pressão inicial, pois não vai sofrer quase nada por parte deles. Atente-se para as remoções: [Piromante Selvagem] e [Igualdade] acabam com o seu board, mas é fraco se você tiver lacaios com Último Suspiro na mesa. Já o [Grito Psíquico] acaba com seus Últimos Suspiros. [Histeria Coletiva] te impede de se estender num board com dois Gigantes do turno cinco. O Bruxo ainda conta com um feitiço especial, [Projeto Demoníaco], seu [Rato Sujo] particular. Se você vem enfrentando muito desses decks combo, pode ser uma boa inclusão na sua lista.

Uma outra partida ruim, mas que temos visto bem pouco, é contra Mago Tempo. Como a tendência do Bruxo é usar sua vida como recurso no início de jogo, abre uma brecha fácil para o Mago ignorar seus poderosos lacaios e te matar com feitiços. Segure suas curas e, de preferência, tenha uma Gosma para a [Aluneth]!

Por último, a dica mais básica do deck: fique de olho no número de cards na sua mão, que vai estar quase sempre cheia. Calcule a sinergia com o [Gigante da Montanha]. Tome cuidado com efeitos de cards como [Aturdir], [Sumir], [Naturalizar] e [Armadilha Congelante], que podem acabar atrapalhando.

Quais as substituições que você indica?

Essa lista aqui é uma das que o pró-player chinês XiaoT levará para as qualificatórias do HCT esse mês. Ela tem cards como [Agoureiro] e [Rastejante de Piche], ótimos para sobrevivência no início de jogo e também para partidas espelhadas, onde você quer ter a iniciativa. 

Traz também duas cópias do [Lacaio Possuído] (víamos somente uma), que seguram o jogo mesmo que não compre sua arma e demônios cedo. É também uma das versões mais baratas do deck, que ainda pode rodar [Príncipe Taldaram] para ser mais ambicioso, [Lorde Godfrey] em metas que demandem uma remoção maior de board e [Defensor da Colina] para maior geração de valor. 

Como sugestão de cards técnicos temos:  [Gosma Glutona] ou [Gosma Ácida do Pântano], para remoção de armas, e   [Quebra-feitiço] para silenciar e [Projeto Demoníaco] se a sua ranqueada só tiver [Meca’thun] .

Deck

# 2x (1) [Bibliotecário Kobold]
# 2x (1) [Pacto Sombrio]
# 2x (2) [Agoureiro]
# 2x (2) [Profanar]
# 2x (3) [Rastejante de Piche]
# 2x (4) [Ametista Mágica Inferior]
# 1x (4) [Cantaspírito Umbra]
# 2x (4) [Fogo do Inferno]
# 1x (5) [Caveira dos Man’ari]
# 2x (5) [Cubo Carnívoro]
# 2x (5) [Demonarca]
# 2x (5) [Manipulador Sem-rosto]
# 1x (5) [Zilliax]
# 2x (6) [Lacaio Possuído]
# 2x (9) [Senhor do Caos]
# 1x (10) [Gul’dan, o Furtassangue]
# 2x (12) [Gigante da Montanha]

Custo 12700 

Código
AAECAcn1AgTJwgKX0wLb6QKggAMNigGTBPcEtgfhB8rDAufLAvLQAvjQAojSAovhAvzlAujnAgA=

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Administrador da Taverna das Divas, a maior comunidade LGBT+ de Hearthstone, professor de inglês e streamer. Gosto de duquesas e de docinho.