Review Resident Evil 7

Resident Evil 7, o novo game dessa aclamada franquia, promete aos fãs voltar às suas raízes. Lançado para Xbox One, PS4 e PC, vemos uma inovação ao jogo se passar pela primeira pessoa, o que poderia remeter ao Outlast, mas a Capcom inovou sem tirar a identidade da franquia.

Retorno da Franquia?

Alvo de severas críticas (principalmente no Resident Evil 4, 5 e 6), a franquia parecia arranhada, com o clamar dos fãs pelo resgate do “survival” que havia se perdido nesses títulos. Diferentemente dos seus últimos e criticados antecessores, o RE7 é completamente imprevisível, com inimigos ferozes e insetos que surgem surpreendentemente, causando grandes sustos aos jogadores, sentimento potencializado se usado com Playstation VR.

Marca dos outros Resident Evil, o inventário bastante limitado está neste título. A organização e boa gerência do inventário se mostra bastante presente no jogo, com a ajuda de baús espalhados pelas “safe houses”. Os puzzles, marca registrada da franquia, também estão presentes. Mas aos puzzles deixo uma crítica: são bastante escassos e raros e, quando aparecem têm uma dificuldade nula, sendo inferior aos puzzles do Resident Evil 4, por exemplo e bastante inferior aos “clássicos”.

Remetendo ao clássico sem deixar de ser atual

Quando a Capcom disponibilizou a primeira demo, ficou claro a mudança de rumo visual que a franquia tinha adotado, o visual em primeira pessoa deixou a atmosfera ainda mais aterrorizante, coisa que dificilmente seria conseguido em um visual em terceira pessoa, bastante tradicional na franquia. Essa mudança facilitou o sistema de combate onde o jogador pode mirar de forma mais precisa ou desferir um golpe de faca de forma mais efetiva, porém essa mudança tornou as perseguições ainda mais assustadoras, o jogador precisa encontrar um lugar se abrigar enquanto não pode descuidar de seu perseguidor.

Outro fator que remete aos anos dourados da franquia, é o fato da história se passar em uma mansão. Algo interessante também é a busca por documentos e notas que nos façam entender a história. É possível encontrar fitas VHS espalhadas pela propriedade que fazem o jogador interagir, entendendo alguns eventos. Essas fitas são formas bem criativas de fazer com que o jogador revisite o local, no passado, sem que haja uma sensação de repetitividade. A visão pode ser incômoda, alguns jogadores queixaram-se de tonturas e enjôos em sua gameplay.

Quanto à história, o jogador está na pele de Ethan Winters, que chega a propriedade dos Baker em busca de sua esposa, Mia Winters. Para entender a história é preciso que o jogador vasculhe a mansão, como já foi explicado, pois na trama, tudo se conecta. Caso queira conhecer um pouco mais os personagens, clique aqui.

Visual e jogabilidade

O visual em Resident Evil 7 é simplesmente fantástico, gráficos belos e realistas ajudam o jogador a se sentir parte da aventura, a falta de iluminação já causa pavor aos nictofóbicos já nos primeiros minutos de jogo e torna a lanterna um item essencial. Os itens estão dispostos de forma variada dependendo do modo de dificuldade escolhido, outros estão bastante escondidos, o que faz com que o jogador precise explorar cada canto do ambiente.

Os personagens trazem um realismo angustiante, a insanidade dos Baker, as formas medonhas dos personagens são de causar nojo, outros elementos do cenário podem causar reações variadas, como insetos passando nas paredes, sangue jorrando depois de um golpe violento.

A jogabilidade se mostra bastante fluida, comandos simples de serem decorados. Ainda sim, durante a gameplay alguns jogadores se queixaram de quedas absurdas de frame em alguns pontos do mapa, coisa que deve ser corrigida em patches futuros. A primeira experiência de jogo deve durar em torno de 10 horas, bugs ocasionais foram relatados onde inimigos atravessam objetos e um bug mais raro com a Marguerite Baker.

Os inimigos são poucos, mas todos marcantes e com papel de destaque na trama. Além da família Baker, tem um inimigo chamado de “Mofados”, são criaturas pretas meio lodosas cuja IA está ligada no modo kill-kill, são extremamente estúpidas e fáceis de lidar mesmo em grupo. Já os Baker, são inteligentes, principalmente o chefe da família, o Jack. A física do jogo no geral é muito boa, exceto os saltos de alguns personagens que por vezes parece bem artificial, como fosse em câmera lenta.

Inspirações

Desde a demo, ficou bastante claro que a Capcom usou muitas inspirações de filmes e outros jogos para montar a história do Resident Evil 7. O terço inicial do jogo parece bastante ter influência de Outlast, e parte da história parece ter traços do Silent Hill 2. A demo P.T também não foi esquecida, e pode-se notar algumas semelhanças. É bem claro, a influência do filmes como “Massacre da Serra Elétrica”, “Jogos Mortais”, “A Morte do Demônio”, a violência latente também pode lembrar bastante o filme “Wrong Turn 5”. Mas não é colocada de forma forçada, tudo se encaixa perfeitamente na história e é ajudado pela ambientação tanto na propriedade Baker, como fora dela.

Finalizando

Resident Evil 7 é um excelente jogo survival horror, peca em não ter muitos modos extra e tem um preço simplesmente surreal em consoles, algo em torno de 240 R$. 3 DLCs, sendo uma grátis foram prometidas pela Capcom para alongar a história a experiência dos jogadores.

O cara que tende a ser trollado pelo RNG, mas tenta não reclamar disso. Gosta tanto de Hearthstone que não tem apenas um heroi preferido, têm todos.