Pokémon Legends: Arceus – Vale a pena?
Introdução
Olá pessoal! Como a grande maioria das crianças e jovens adolescentes no final da década de 90, pude acompanhar e participar direta ou indiretamente em uma das febres no Brasil, o Pokémon. Eles surgiram com uma música tema inesquecível (sim, eu sei que você cantou mentalmente aí na sua casa) e diversos (mais especificamente 151) monstrinhos absurdamente carismáticos e seus treinadores. Todos estrearam nas TVs brazucas e jamais saíram da memória afetiva do brasileiro. Oito gerações e mais de uma dezena de jogos depois, Pokémon Legends: Arceus nos brinda com uma fórmula completamente diferente das anteriores. O jogo traz dinamicidade e busca elementos de vários jogos para cativar o público que joga desde a geração Red/Green/Blue, e também o jogador mais iniciante na franquia.
Sobre o jogo
A aventura em Pokémon Legends: Arceus se passa na região de Hisui. A região essa que seria posteriormente Sinnoh, a mesma dos eventos de Diamond/Pearl. Seu personagem é enviado ao passado de Sinnoh (Hisui) por Arceus. A terra esta habitada por humanos que ainda não tinham laços com os Pokémon. Sua missão como jogador é desenvolver a primeira Pokédex do mundo.
Pela primeira vez na franquia, o universo Pokémon busca se ater um pouco mais à realidade. Sendo assim, cada Pokémon (mesmo os da mesma espécie) tem uma personalidade própria. Dessa vez é possível que os pokémons selvagens mais agressivos ataquem o treinador diretamente. Os selvagens não são dotados de raciocínio lógico e não buscam por justiça, logo é possível enfrentar mais de um Pokémon por vez. Pokémon Legends: Arceus seguramente é a maior evolução da franquia desde a segunda geração há algumas décadas atrás que, com Gold/Silver introduziu os conceitos de dia e noite, Pokémons shiny e itens segurados pelos monstrinhos.
Nesse jogo, é possível encontrar Pokémons de mesma espécie com gêneros, pesos, tamanhos e personalidades diferentes. A novidade são os Pokémons Alpha, que são maiores que os outros de sua espécie e também consideravelmente mais fortes, tendo como destaque seus olhos vermelhos. Agora, é possível ao treinador criar diversos tipos de Pokébola e capturar Pokémon sem precisar necessariamente entrar em batalha. Graças aos novos comandos de abaixar, desviar, criar itens e jogar alimentos aos monstrinhos, a furtividade é um novo elemento presente na franquia e trouxe muita imersão ao jogador. É bem interessante a sensação de tentar se aproximar de um Monferno Alpha e temer tomar um Flamethrower na fuça.
Pokémon de mundo aberto?
Um dos principais problemas da franquia Pokémon nos últimos jogos era o quanto o jogador precisaria seguir um script pré determinado para completar sua aventura. Em Legends: Arceus, o treinador tem uma certa liberdade no mapa para desviar missões secundárias e dos bichinhos andando por aí, que fazem o jogador distrair-se sempre da missão principal. Mesmo não sendo de mundo 100% aberto, já é um considerável avanço na franquia. É inevitável não perceber as claras inspirações com The Legend of Zelda: Breath of the Wild e Genshin Impact. Para superar essas limitações, a Game Freak povoou o mapa com atividades, Pokémon e missões secundárias. A idéia é que o jogador não só supere a falta de um mapa maior, como possa retornar diversas vezes conforme quiser ou for necessário.
Comparando com o último jogo da franquia (desconsiderando remakes e remaster), Legends: Arceus faz o Sword/Shield parecer pelo menos 10 anos mais velho, já que a Wild Area do jogo anterior não vale nem a metade da primeira parte do mapa do jogo atual.
Mass Outbreak e Space-Time Distortion
Uma novidade trazida pelo Legends: Arceus, para conseguir algumas espécies de Pokémon não encontradas naquele mapa (ou em qualquer outro). Sendo assim, o jogador será avisado de um evento de Space-Time Distortion. Neste evento, dentro de uma redoma, o treinador enfrentará e buscará capturar Pokémon bem mais fortes que nas áreas comuns do mapa. Por isso, o treinador deve ter cuidado redobrado e use de estratégia para lidar com confrontos de três contra um frequentemente. Já os Mass Outbreaks avisam ao jogador que determinada área está havendo um grande número de Pokémon de uma determinada espécie reunidos que pode buscar Pokémon shiny ou finalmente conseguir buscar aquela espécie que não havia conseguido antes.
Nem tudo são flores
É de longe o melhor jogo da franquia nos últimos 10 anos, mas bonito ele não é. Seu desempenho gráfico do jogo é bem abaixo do que o Switch já provou que pode entregar, apesar de ter tido pouquíssimos bugs nas minhas 38 horas de jogo (e contando). É bem frequente a queda de frames e atrasos nas renderizações. Embora alguns cenários sejam espetacularmente lindos, outros parecem que foram reproduzidos com vários ctrl + c/ctrl + v. Um ponto positivo graficamente é que as cutscenes têm uma qualidade muito boa, a animação da evolução é sensacional, mas no geral há muito a ser trabalhado pela Game Freak para aproveitar melhor o poder gráfico do Nintendo Switch.
E o futuro, como fica?
Legends: Arceus é definitivamente um marco para a franquia. Mas, como fã dos jogos da série acho bastante difícil não me decepcionar caso a Game Freak volte a antiga fórmula e já datada dos seus jogos principais. Porém, considerando que o título vendeu 6.5 milhões de cópias na sua primeira semana de lançamento. Sendo assim, acredito que a mensagem da fanbase é mais do que clara para a Nintendo e a Game Freak sobre qual caminho querem ver. Afinal, caso sigam essa receita, é possível que a franquia continue firme e forte por outros 25 anos.
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